Com o aumento de pessoas utilizando serviços de fornecimento de água e luz, colapsos do sistema fizeram parte do dia a dia dos verões anteriores
Foto: Marco Favero / Agencia RBS
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| Fazer captação da água da chuva é um exemplo de engenharia sustentável que ajuda a economizar o gasto com água |
Um total de 5,5 milhões de turistas são esperados em Santa Catarina até fevereiro, conforme estimativa da Secretaria de Turismo , Cultura e Esporte. Se as previsões se confirmarem, o equivalente a 80% da população do Estado passará pelas praias. A estimativa de turistas pode ser comparada com população da Dinamarca.
Somente no Réveillon, ponto mais alto do verão, Florianópolis e Balneário Camboriú pretendem reunir mais de 2 milhões de pessoas. A Casan estima que o consumo de água triplique nas festas de fim de ano.
Com isso, aumenta a preocupação com o abastecimento, apesar das melhorias já anunciadas pelas concessionárias nas redes elétricas e tubulações. Porém, ainda há espaço para cada um fazer sua parte, pensando no meio ambiente e no bolso.
Ano passado, a falta de água fez do verão um pesadelo. No Norte da Ilha, 15% dos turistas fizeram check-out antecipadamente nos hotéis devido aos problemas de abastecimento. A região chegou a ficar sem água oito dias no feriadão de Natal e Réveillon, o que rendeu uma multa de R$ 300 mil à Casan.
Ao mesmo tempo houve falta de luz em diversas regiões. Balneário Camboriú, um dos principais destinos turísticos do Estado, viveu pelo menos 10 dias de caos com os lapsos no abastecimento de água e energia elétrica. Situação semelhante ocorreu em São Francisco do Sul, Norte do Estado.
O setor econômico se preocupa com o prejuízo à imagem da Capital.
– É problemático quando o turismo e o poder público trabalham juntos para vender a imagem, mas quando os turistas chegam falta água ou luz – lamenta o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis estadual (ABIH-SC), Samuel Koch.
:: Fevereiro de 2014 teve recorde
Em fevereiro, a Celesc chegou a bater recorde de demanda, com 14,8% a mais de consumo que o pico do verão anterior. A companhia ressalta que a quantidade de horas que a população historicamente fica sem energia elétrica é 40% maior entre dezembro e março do que no resto do ano, tanto pela concentração no litoral quanto pelos temporais, bem mais frequentes no verão.
– O ar-condicionado aumenta o consumo. Há uma grande concentração de pessoas no litoral, o que dificulta a distribuição – explica o assistente do diretor de distribuição da Celesc,
:: A prova real dos fornecedores de água e luz em SC
Para evitar repetir as cenas da última temporada, a Celesc ampliou a estrutura de fornecimento. Foram investidos R$ 190 milhões em obras em 2014. As redes foram ampliadas e a capacidade de distribuição aumentada. A Celesc garante que as operações Verão e Apoio Técnico devem reforçar o atendimento no litoral durante o verão, representando um gasto de R$ 3,2 milhões na contratação de 32 equipes de eletricistas extras.
Foto: Arte / Agência RBS
A Casan, responsável pelo serviço em Florianópolis, Porto Belo, Garopaba e mais 194 cidades, diz que realizou ao menos 38 ações de obras e manutenção voltadas ao verão, principalmente na Capital.
Em Balneário Camboriú, a Empresa Municipal de Água e Saneamento (Emasa) calcula o aumento de 15% no fornecimento de água. Para isso, foi ampliada a eficiência da estação de tratamento e o bombeamento.
A Companhia Águas de Itapema diz que aumentou em 420% a produção de água da cidade nos últimos 10 anos. Para este verão, foi adquirido um novo reservatório com capacidade para 1 milhão de litros e o bombeamento ampliado.
Já em São Francisco do Sul, o Serviço Municipal de Água e Esgoto (Samae) ampliou a capacidade de abastecimento para cerca de 200 mil pessoas, quatro vezes o número de moradores. As melhorias custaram R$ 4,5 milhões aos cofres públicos.
:: Exemplo de sutentabilidade
Foto: Marco Favero / Agência RBS
Quem passa pela subida íngreme da Servidão Evilásio Faria, em Florianópolis, em meio a mata virgem, uma casa com telhado de grama chama atenção. Feita de madeira, rodeada de flores e plantas, foi construída com materiais encontrados no lixo. Na morada, a água é o maior patrimônio e tratada com muito respeito pelo proprietário Bruno Cabrera.
Cansado de sofrer pelos problemas no abastecimento, o uruguaio Cabrera nunca desperdiça e sempre que possível reaproveita. Além do sistema de canalização da água da chuva, fez pequenas adaptações para economizar. Entre elas: modificou a máquina de lavar impedindo o enxágue da roupa que ele mesmo faz no tanque.
A louça é lavada em bacia. A descarga foi regulada para sair o mínimo possível de água. Atitudes simples, mudanças básicas que tornam a vida do casal mais sustentável.
Há um ano, Cabrera constrói aos poucos a morada com materiais reaproveitados. Todos os dias, ajeita um detalhe aqui, uma coisinha ali. Pra quem já sofreu muito com a falta de água, não passa mais por este pesadelo.
:: Ideias vieram da internet
Apesar da água da Casan não chegar diretamente à sua casa, tem todo um sistema que armazena água em uma caixa de 5 mil litros e outra de 3 mil que capta a chuva.
– Já sofri muito com a falta de água. Chegava só de madrugada e tinha que esperar encher as caixas. Era uma escravidão. Hoje a minha realidade é outra – lembra.
Sem dinheiro para construir, o casal buscou ajuda na internet e descobriu soluções baratas e disponíveis. Madeiras usadas na construção de prédios que eram descartadas em pilhas formam as paredes e a estrutura principal. Cuidadoso, ele serra, lixa e trata com óleo queimado de carro, doado em postos de gasolina, cada pedaço de madeira que utiliza. A maioria das portas de janelas também foram encontradas no lixo, assim como os móveis dentro da casa.
Com uma camionete o casal sai às 6h para procurar coisas que possam ser reutilizadas. Com pneus, Cabrera fez uma fossa ecológica e vários outros deles são usados como vasos para plantas e também de contenção na parte mais alta do terreno.
Somente no Réveillon, ponto mais alto do verão, Florianópolis e Balneário Camboriú pretendem reunir mais de 2 milhões de pessoas. A Casan estima que o consumo de água triplique nas festas de fim de ano.
Com isso, aumenta a preocupação com o abastecimento, apesar das melhorias já anunciadas pelas concessionárias nas redes elétricas e tubulações. Porém, ainda há espaço para cada um fazer sua parte, pensando no meio ambiente e no bolso.
Ano passado, a falta de água fez do verão um pesadelo. No Norte da Ilha, 15% dos turistas fizeram check-out antecipadamente nos hotéis devido aos problemas de abastecimento. A região chegou a ficar sem água oito dias no feriadão de Natal e Réveillon, o que rendeu uma multa de R$ 300 mil à Casan.
Ao mesmo tempo houve falta de luz em diversas regiões. Balneário Camboriú, um dos principais destinos turísticos do Estado, viveu pelo menos 10 dias de caos com os lapsos no abastecimento de água e energia elétrica. Situação semelhante ocorreu em São Francisco do Sul, Norte do Estado.
O setor econômico se preocupa com o prejuízo à imagem da Capital.
– É problemático quando o turismo e o poder público trabalham juntos para vender a imagem, mas quando os turistas chegam falta água ou luz – lamenta o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis estadual (ABIH-SC), Samuel Koch.
:: Fevereiro de 2014 teve recorde
Em fevereiro, a Celesc chegou a bater recorde de demanda, com 14,8% a mais de consumo que o pico do verão anterior. A companhia ressalta que a quantidade de horas que a população historicamente fica sem energia elétrica é 40% maior entre dezembro e março do que no resto do ano, tanto pela concentração no litoral quanto pelos temporais, bem mais frequentes no verão.
– O ar-condicionado aumenta o consumo. Há uma grande concentração de pessoas no litoral, o que dificulta a distribuição – explica o assistente do diretor de distribuição da Celesc,
:: A prova real dos fornecedores de água e luz em SC
Para evitar repetir as cenas da última temporada, a Celesc ampliou a estrutura de fornecimento. Foram investidos R$ 190 milhões em obras em 2014. As redes foram ampliadas e a capacidade de distribuição aumentada. A Celesc garante que as operações Verão e Apoio Técnico devem reforçar o atendimento no litoral durante o verão, representando um gasto de R$ 3,2 milhões na contratação de 32 equipes de eletricistas extras.
Foto: Arte / Agência RBSA Casan, responsável pelo serviço em Florianópolis, Porto Belo, Garopaba e mais 194 cidades, diz que realizou ao menos 38 ações de obras e manutenção voltadas ao verão, principalmente na Capital.
Em Balneário Camboriú, a Empresa Municipal de Água e Saneamento (Emasa) calcula o aumento de 15% no fornecimento de água. Para isso, foi ampliada a eficiência da estação de tratamento e o bombeamento.
A Companhia Águas de Itapema diz que aumentou em 420% a produção de água da cidade nos últimos 10 anos. Para este verão, foi adquirido um novo reservatório com capacidade para 1 milhão de litros e o bombeamento ampliado.
Já em São Francisco do Sul, o Serviço Municipal de Água e Esgoto (Samae) ampliou a capacidade de abastecimento para cerca de 200 mil pessoas, quatro vezes o número de moradores. As melhorias custaram R$ 4,5 milhões aos cofres públicos.
:: Exemplo de sutentabilidade
Foto: Marco Favero / Agência RBS Quem passa pela subida íngreme da Servidão Evilásio Faria, em Florianópolis, em meio a mata virgem, uma casa com telhado de grama chama atenção. Feita de madeira, rodeada de flores e plantas, foi construída com materiais encontrados no lixo. Na morada, a água é o maior patrimônio e tratada com muito respeito pelo proprietário Bruno Cabrera.
Cansado de sofrer pelos problemas no abastecimento, o uruguaio Cabrera nunca desperdiça e sempre que possível reaproveita. Além do sistema de canalização da água da chuva, fez pequenas adaptações para economizar. Entre elas: modificou a máquina de lavar impedindo o enxágue da roupa que ele mesmo faz no tanque.
A louça é lavada em bacia. A descarga foi regulada para sair o mínimo possível de água. Atitudes simples, mudanças básicas que tornam a vida do casal mais sustentável.
Há um ano, Cabrera constrói aos poucos a morada com materiais reaproveitados. Todos os dias, ajeita um detalhe aqui, uma coisinha ali. Pra quem já sofreu muito com a falta de água, não passa mais por este pesadelo.
:: Ideias vieram da internet
Apesar da água da Casan não chegar diretamente à sua casa, tem todo um sistema que armazena água em uma caixa de 5 mil litros e outra de 3 mil que capta a chuva.
– Já sofri muito com a falta de água. Chegava só de madrugada e tinha que esperar encher as caixas. Era uma escravidão. Hoje a minha realidade é outra – lembra.
Sem dinheiro para construir, o casal buscou ajuda na internet e descobriu soluções baratas e disponíveis. Madeiras usadas na construção de prédios que eram descartadas em pilhas formam as paredes e a estrutura principal. Cuidadoso, ele serra, lixa e trata com óleo queimado de carro, doado em postos de gasolina, cada pedaço de madeira que utiliza. A maioria das portas de janelas também foram encontradas no lixo, assim como os móveis dentro da casa.
Com uma camionete o casal sai às 6h para procurar coisas que possam ser reutilizadas. Com pneus, Cabrera fez uma fossa ecológica e vários outros deles são usados como vasos para plantas e também de contenção na parte mais alta do terreno.
Fonte: Diário Catarinense
Gabriel Rosa e Mônica Foltran
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